125 Anos

Se nos debruçássemos do presente, podíamos ver o passado. Podíamos ver como tudo começou. O primeiro milagre, o primeiro instante. O breve rumor das histórias e o brilho das mais antigas constelações. E no entanto, não conseguíamos tocar no passado. 

Porque havia o espaço, a terrível distância. Não podíamos beber a luz que víamos chegar.

Porque o passado era apenas uma imagem, o incêndio lento de uma recordação. 

Até que veio o amor e derrubou as distâncias. E pela primeira vez, pudemos tocar no corpo de uma estrela, provar a sua luz intacta. Uma luz que, há 125 anos, iluminou um lugar tão inesgotável como o tempo, tão secreto como a vontade, tão persistente como o destino.

Porque o tempo é uma casa contínua. Porque o tempo é um vinho que envelhece em segredo para renascer imediatamente na boca de quem o descobrir.